domingo, janeiro 07, 2007

«Ainda há pastores?» no TAGV

Três meses depois da primeira apresentação do «Ainda há Pastores?» em Coimbra, e já com o auditório do IPJ na bagagem, chega a vez do documentário ser recebido na maior sala da cidade: o Teatro Académico Gil Vicente.

É com muito orgulho que segunda-feira, dia 8, apresentamos, às 21h30, o nosso trabalho para todos os que queiram conhecer melhor o filme e também trocar impressões connosco.

Esperamos por todos!

13 Comments:

Blogger mixtu said...

Vou tentar...

Uma (muitas) palavras para o excelente trabalho sobre colegas meus...

Excelente, excelente...

Só espero que não olhem (quem vir o vosso trabalho)para os pastores de uma forma paternalista ou citadina...

Cumprimentos e sejam bem-vindos, pois quem fala de pastor é também pastor...

Abraço de um pastor

23:28  
Blogger avelana said...

e na nossa aldeia , qd vêm passar o filme ? Seria bem interessante!!!

Um abraço

10:12  
Blogger SoNosCredita said...

se estivesse em Coimbra, iria ver... mais uma vez!

16:16  
Blogger Piston said...

Amigo Pelicano:

A moça do Desassossego até é boa moça. Apanhou aquilo em jeito de reportagem. Acho que não resistiria se vi-se uma senhora de 80 anos a correr como uma criança.
O humor é cruel, não quer dizer que seja sério.

19:50  
Anonymous Anónimo said...

Já tinha visto os excertos na SIC e foi assim que cheguei a este blog.

Fui hoje ao TAGV assistir...

Só posso dizer que atitudes tão genuinas são algo que não se encontra hoje em dia. Ver Maria Espirito-Santo correr como uma criança, dá que pensar e faz qualquer jovem sentir-se envergonhado.
Muito me diverti eu com o Hermínio...

Parabéns pelo Vosso trabalho

00:11  
Anonymous Anónimo said...

Hoje fui ver o vosso Filme e gostei de muitas coisas: da beleza das imagens, da ternura do olhar que conta a história e nos oferece apertos no estômago misturados com gargalhadas para que não nos armemos em Nossas Senhoras a cuidar dos pastorinhos.
O fabuloso Hermínio não sabe se fica por ali com a sua montanha, as suas cabras e ovelhas, o seu dia-a-dia sem horários tão rígidos. A solidão é também filha da montanha, o frio e o desconforto serão mais difíceis de suportar há medida que o tempo fizer das suas e lhe mirrar os passos. Lá fora, longe da Serra, o Hermínio terá contudo falta dos cheiros, do espaço, dos bichos, do silêncio que lhe moldaram os músculos e a alma. Por outro lado, a falta de outra escola que não a da Serra não lhe dará grandes possibilidades de ser livre fora dali. Ao contrário, os meninos que lá vivem e que ainda podem ir à escola poderão através dela um dia escolher ser pastores ou ser também felizes com os descobrimentos para além dos que a Serra lhes pode oferecer. Assim, serão ainda mais livres do que o Hermínio, mais livres ainda do que a Maria Espírito Santo porque poderão correr, como ela irrequietos, com passinhos apressados pela Serra ou por onde lhes apetecer.
Disseram-nos hoje que não pretendiam fazer política com o vosso filme. Pois é amigos, mas ao nos fazerem perguntar-nos tanta coisa sobre o que fazer com os pastores já fizeram política. O que não fizeram foi asneira.
Muitos parabéns pelo filme que, espero, venha a ser apoiado por alguma distribuidora.
Cristiana Tourais

01:59  
Blogger nina sem medo said...

Fui ver.
É um filme que fica para a história depois dos pastores.

10:11  
Anonymous Anónimo said...

A expectativa que levava comigo quando fui ver o filme era, bem entendo bem porque, naturalmente grande. No entando, fiquei abismada...O documentário superou e deixou para trás as que agora sei, serem ingenuas expectativas.
As imagens, as músicas, o texto, tudo se encaixou perfeitamente, à parte de concordar com aqueles que reclamam uma voz mais melodica e menos radiofonica. No entanto, esse pequeno detalhe nao impede o encantamente, a fascinaçao, porque o "Ainda há pastores?" ´não se trata, para mim, de uma produção. Trata-se de pessoas. Pessoas que hoje não existem em lado nenhum, pessoas que pelo olhar, pelo sorriso se percebe a pureza, a ingenuidade, a bondade natural apesar de uma vida dificil, muito mais dificil que as nossas. isto leva-me a pensar em mil e uma coisas...na evolução, na modernidade, e no que essas "coisas" nos transformaram.
Muitos viram o documentario e pensaram em herminio como um pobre ignorante engraçado. Fez-nos rir com a sua solidao, e penso ate que tanto humor deturpou o drama humano em que herminio vive. E é nesta duvida que persisto: Herminio está só na montanha, sem os amigos, as prostitutas, e a vida no povo de que ele já tem um cheirinho, mas nao há herminios aqui. Aqui entre nos, onde ha frigorificos, televisao, luz e todas as outras coisas que no fundo nao nos sao necessarias. Nao ha Herminios, nao ha sorrisos nem juventude como os de maria do espirito santo.
parabéns a todos os envolvidos, considero este documentario uma joia a par de muitos poucos no panorama documentarista portugues. Há sobre ele muito a dizer, e a aplaudir, como ontem no TAGV.
Cumprimentos.

11:25  
Anonymous Anónimo said...

Uma vergonha!
Tratar o Hermínio como se de um bicho se tratasse! E estes brutinhos e palhaços todos s dizerem bem de uma indignidade destas!
Tenham vergonha! Vejam mas é o aproveitamento comercial que se está a fazer de um desgraçado de um pastor que não sabe ler nem escrever mas nem por isso pode ser tratado como uma curiosidade ou aberração zoológica.
Tenho vergonha destes portugueses imbecis.
Grunhos!

13:43  
Anonymous Anónimo said...

Nao concordo. herminio é naturalmente engraçado, ninguem o tentou ridicularizar. Ao contario de si, muitos de nos, e penso que a maioria, nao se riu dele, antes ficamos felizes por o conhecer. E para Herminio por certo esta nao foi uma ma experiencia: enquanto o documentario foi sendo realizado foi tendo esporadicamente companhia, realizou o sonho do quim barreiros, ganhou um telemovel. Para si isto pode nao ser nada, a sociedade fa-lo olhar para isto como se tratasse de exploraçao. Para ele tudo isto passou muito alem da realizaçao de um sonho:ele pode desabafar.
Se voce foi ver o documentario como se fosse um espetaculo de fernando rocha, isso ja nao é um problema do nosso pais, mas antes o de mentalidades que nao conseguem ver para alem do obvio.
Muitos parabens ao jorge pelicano e a todos os envolvidos. Vale mesmo apena.

14:31  
Blogger Viajante said...

Uma bela história, um belo e muito sério retrato dos milhares de Hermínios e de Marias Espírito Santo que povoam este país.

Um magnífico trabalho, nem mais!

15:32  
Blogger Carlos Ramos said...

Vi, durante o período natalício na SIC, excertos do documentário que logo me chamou a atenção. Quando tive conhecimento que estaria em exibição no TAGV, não pode de deixar de ir assistir. Foi apenas a confirmação de um excelente documentário, com uma imagem fotográfica belíssima, realização soberba e, sobretudo, com estórias simples, belas,inocentes... Um documentário que merece 20 valores.

Espero que continuem com a realização de outros documentários retratando o Portugal «em vias de extinção», para que este - e no fundo nós próprios - não caíamos em esquecimento, pois um povo sem História é um povo sem Alma.

Parabéns!

20:03  
Anonymous Anónimo said...

Caro Jorge Pelicano

Fui ao TAGV em Coimbra assistir ao seu trabalho. O tema dizia-me muito e confesso que a expectativa era alta, até porque, compreenda, tenho raízes na Serra da Estrela, local esse, onde aprendi essa tão bela essência que é a humildade que faz com que nunca me aproveite da ignorância alheia.
É certo que as assimetrias regionais entre o urbano e o rural impressionam cada vez mais o “pagode” e realmente não há melhor ideia, do que as projectar para a tela, provocando impacto e daí extrair o tão desejado sucesso cinematográfico.
De facto, o seu trabalho técnico não está nada mau, mas se este blog é para expressar a opinião, nada me impede de pôr em causa, os meios utilizados para obter tais fins, ou seja, obter um objectivo através da infelicidade de terceiros.
O documentário embora saloio é louvável e vai disfarçando o cerne cómico tão procurado neste filme.
Não julgue que sou demasiado sério de carácter para apreciar estes trabalhos, tenho é, a Serra da Estrela como um tema bastante sério, não só pelo seu futuro populacional comprometido, como também pelos problemas políticos que a assombram desde algumas décadas.
Ao centrar o seu filme na parvoíce infantil do órfão pastor, transmite uma imagem que em nada corresponde à realidade das “gentes da Serra” que por estarem a desaparecer, mantém-se firmes, humildes e frontais, grotescas mas sérias. Penso sobretudo que se abusou da excitação da ignorância alheia. Já não faltam Tinos de Rãs para caracterizar os milhares de presidentes as juntas de freguesia, tão caricaturados injustamente e agora a figura do pastor ridicularizada e que em nada corresponde ao autêntico guardador de ovelhas que eu conheço e que continua a povoar a Serra da Estrela há mais de 500 anos...
Para fazer cinema há bons actores. Sim, cinema, porque o teor documentalista desapareceu a meio.
Ver uma plateia inteira a rir à gargalhada num filme de Felini por um bom actor representar um campónio miserável, eu aplaudo, mas partilhar o gáudio de uma bancada citadina, rindo da miséria e da ignorância real de um pastor a lavar-se ao contrário de um javali que não toma banho, não, isso nunca!
Há 40 anos atrás, Eugénio de Almeida apoiado por uma cadeia de televisão alemã, fez grandes documentários caracterizando a genuína rural-etnografia lusitana, sem nunca explorar este tipo de situações. Se não conhece tão grande obra, pode através da sua Fundação verificar a qualidade dos documentários de que lhe falo.
Se a sua missão é mostrar a Serra da Estrela ao Mundo, como Ela é e para onde caminha, então faça um documentário sério e conciso como por vezes vemos na TV. Não sensibilizou ninguém nem ajudou esta Região com este tipo de trabalho! Ajudou-se foi a si. Entristece-me tanto assistir impotente ao êxodo rural da minha aldeia como ver centenas de pessoas saindo do cinema, troçando de singelo pastor, talhado conforme as pedras que pisa na Serra durante a lide do campo e que não teve “aquela” oportunidade que tantos têm sem merecer.
Perdoe-me o duro comentário, mas compreenda que, o que escrevo é sentido e “quem não sente não é filho de boa gente”. Espero sinceramente que venha a ser um grande realizador, mas não volto a ver filmes seus onde a miséria alheia visa o gáudio de uns, o proveito de outros e ainda o mérito profissional de outros tantos.
Aceite o desafio e retrate no seu próximo filme, a miséria de vida que caracteriza os pescadores da sua terra natal. Penso saber do que falo.
Verá que também não me rio. Nem vejo.

J.P.
Coimbra

10:19  

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